sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Parasitologia

Principais doenças que acometem os quelônios.

Existem diversas espécies de parasitas que acometem os quelônios. Estes parasitas podem determinar patologias graves nos animais. Os mais jovens e aqueles mantidos em cativeiro, são mais susceptíveis a doenças e os com maiores índices de mortalidade. Apesar da ocorrência da parasitoses em quelônios, existe uma escassez de dados sobre esses animais.

Diversos fatores influenciam a ocorrência de parasitoses nos répteis em geral, como ambiente, alimentação e estresse. Dentre os parasitas mais comuns, estão protozoários, helmintos, cestodas, bactérias, entre outros.
As condições de manejo dos animais mantidos em cativeiro são fatores determinantes para a presença e surtos de parasitoses e outras doenças, pois, a água, comida e fezes são os principais focos de infecção.

As parasitoses podem ser tanto externas quanto internas. Não existem sintomas exclusivos que apontem para a presença de parasitas. Falta de apetite, vômitos, olhos com corrimento, perda de peso, elevações na pele, diarréia, fezes mal cheirosas, barriga distendida ou demasiadamente encolhida constituem os principais sintomas.

Uma doença comum dentre os quelônios é a amebíase que nesses animais, tem como agente etiológico o protozoário Entamoeba invadens. Os sinais clínicos são: diarréia com muco e sangue, vômito, apatia, anorexia, emagrecimento e morte. Infecções por bactérias Gram-negativas podem agravar os casos de amebíase. O diagnostico da doença é feito pelo exame de fezes e o tratamento é feito a base de metronidazol.
A prevenção da doença consiste em manter em quarentena os novos animais e fazer exames coprológicos periódicos; isolar e tratar animais suspeitos; manter a higiene dos terrários; na quarentena, recomenda-se o tratamento preventivo com amebicidas.

Outra doença importante a ser citada, é a coccidiose. Os organismos causadores dessa doença em quelônios são protozoários principalmente dos gêneros Eimeria, Isospora e Cryptosporidium. Em cativeiro, sob condições de superpopulação e estresse, os quelônios podem apresentar essa doença. Os coccídios são encontrados na vesícula e ductos biliares, no fígado e principalmente no intestino. As lesões causadas são enterite e hepatite. Animais que regurgitam o alimento dias após a ingestão são suspeitos de estarem infectados por Cryptosporidium.
Os sinais clínicos das coccidioses são falta de apetite, apatia e diarréia.
O diagnostico pode ser feito pelo exame de fezes e, no caso da Criptosporidiose, também pela análise microscópica do alimento regurgitado. As sulfas são normalmente empregadas no tratamento das coccidioses.

Os cestodas são bastante comuns. Parasitas do gênero Spirometra e Acanthotaenia são usualmente encontrados nos répteis. Tais parasitas possuem ciclo de vida um hospedeiro intermediário que pode ser um crustáceo, inseto ou mamífero. No estado larval pode produzir sérios danos por invasão de tecidos do hospedeiro intermediário.

A infecção pela Salmonella spp, é uma das zoonoses mais importantes dos répteis, em especial dos quelônios. Estes podem ser hospedeiros saudáveis, transmitindo a doença Salmonelose para outros animais e para o homem. Aparentemente, a Salmonella faz parte da microflora intestinal dos quelônios. Quando um animal entra em estado de estresse (por exemplo, pela captura, transporte e adaptação ao cativeiro) ou doenças (parasitismo), a resistência orgânica diminui e a bactéria torna-se patogênica para o animal hospedeiro. Sabe-se que os microorganismos são encontrados nas fezes, urina, ovos e carne dos répteis portadores. A água contaminada de um terrário também é fonte de infecção. Em répteis, doença causa gastroenterite, hepatite necrótica, pneumonia e septicemia. O tratamento é feito com antibióticos específicos. Medidas que previnem a contaminação de pessoas e do ambiente são importantes para se evitar o contágio da doença.



Além destes, existem ainda os ectoparasitas que promovem lesões cutâneas e causam intenso prurido em virtude de sua movimentação e reação alérgica da saliva desses agentes.

O ácaro Ophionyssus sp, parasita répteis de todas as ordens. As infestações intensas provocam exsanguinação e anemia. Os ácaros são muito pequenos (menos de 1,5mm) e podem ser vistos próximos aos olhos dos animais parasitados. Depositam seus ovos no ambiente. O tratamento consiste na aplicação de produtos organofosforados, como o diclorvós (presente nas coleiras anti-pulgas). São colocadas coleiras dentro dos terrários atingidos ou é realizada a aspersão do réptil com produto acaricida. Estes produtos devem ser usados com cuidado, pois podem ser tóxicos para os animais. Os carrapatos também parasitam os répteis e são organismos patogênicos. O tratamento é feito com produtos carrapaticidas ou remoção manual.

Os abcessos subcutâneos são causados principalmente por bactérias Gram-negativas ou Mycobacterias. Surgem em decorrência de ferimentos na pele (ferimentos traumáticos, mordidas de ratos, picadas de ácaros e carrapatos) ou de outros pontos infeccionado no organismo. O ambiente pouco higiênico é um fator predisponente. Deve-se diferenciar o abcesso de hematomas, nódulos parasitários e tumores. Como tratamento da doença, é aconselhada a drenagem dos abcessos ou remoção cirúrgica dos mesmos. Depois o local é irrigado e medicado com pomadas próprias. O tratamento com antibiótico parental é necessário.

Todos os répteis estão sujeitos a infecções respiratórias. Os quelônios são afetados mais frequentementes. Em geral, os répteis possuem anatomia e fisiologia respiratória bastante peculiar. Bactéria Gram-negativas e fungos são os agentes mais comuns. Por não apresentarem diafragma funcional no sistema respiratório, os répteis não tossem e os fluidos tendem a acumular-se nos pulmões. As infecções respiratórias podem ser confundidas com a hipovitaminosse A, que causa uma metaplasia escamosa do epitélio nasal e faringeal, passando a produzir fluidos mucosos. Estes fluidos são eliminados pelas narinas e podem ser confundidos com exsudatos originários de infecções respiratórias. Na verdade, as infecções respiratórias e a hipovitaminosse A compartilham sinais clínicos semelhantes: corrimento oro-nasal, dispnéia (dificuldade em respirar), respiração com a boca aberta, anorexia, depressão e perda de peso.

Diferentemente, quelônios com hipovitaminosse A podem apresentar crescimento da porção córnea da boca e conjuntivite. Tartarugas que apresentam pneumonia podem ter os pulmões repletos de exsudatos. Assim, perdem o equilíbrio natatório quando colocadas na água. As radiografias são úteis no diagnóstico das pneumonias.

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